quinta-feira, 11 de março de 2021



Nasceu no dia 15 de Março de 1886 na rua da Carrapata, Freguesia de Vilar-Vila do Conde

Aos 7 anos foi servir para a casa de lavoura do Ventura Neves - Vilar

Aos 16 mudou-se para outro lavrador, casa do senhor Ramos da Rosa - Vilar

Aos 18 foi trabalhar para o Porto na arte de carpinteiro, e ao mesmo tempo começou a frequentar a escola nocturna de alfabetização Vasco da Gama, onde aprendeu a ler e escrever.

Casou em 1909 com Rosa Maria Marques e fixou residência no lugar de Soutelo - Vilar

Deste casamento nasceram 2 filhos, o Alberto que nasceu em 1902, e o António que nasceu e morreu no ano de 1910.

Homem pacato e simples, que lutou incansavelmente e sempre denunciando as injustiças sociais. Fá-lo muitas vezes, recorrendo a sátira e a ironia, lançando o ridículo, ora sobre grupos ou classes sociais, como a burguesia ou os padres, ora sobre indivíduos escrupulosos.

Radicalmente anticlerical escreveu, esclareceu e ensinou (chegando até a versificar um método de leitura), e recusando compromissos com os poderosos da economia, do governo, e da igreja, que impiedosa e incansavelmente ironizou e desmascarou, sem temer as prisões em que mais que uma vez o enviaram.

Deixou uma obra muito vasta, diversificada e de grande qualidade, abrangendo mais de uma centena de títulos.

Desejava mesmo muito que a entidade cultural desta terra: a A. C. R. Honra e Dever, se empenhasse em organizar todos os anos estas Comemorações, sempre com o apoio da nossa Junta de Freguesia, Câmara Municipal, Biblioteca e Escola Primária, e (porque não ?) da população local, para que esta data nunca fosse esquecida.

A nível local, a figura do Poeta Carpinteiro, tem o seu nome associado a nossa Biblioteca Local, e também a uma pequena rua cá do burgo (em frente ao Honra e Dever). Nos dias de hoje ainda é pouco para quem foi o maior poeta desta terra. Ressalvo algumas esporádicas e louváveis iniciativas, organizadas pela nossa Junta de Freguesia, em consonância com a nossa Biblioteca Local.

Por isso mais uma vez deixo aqui expresso o meu desejo ( e penso que também da maioria dos Vilarenses), para que todos os anos este Homem que, com sovas da sua caneta, desmascarou as injustiças e desigualdades, seja sempre lembrado e homenageado pelas gentes desta freguesia de Vilar - Vila do Conde.