segunda-feira, 20 de abril de 2015

PÁSCOA EM MONTALEGRE

Este ano lá fomos mais uma vez, para o meu Paraíso.
Já andava a planear este fim de semana há muito tempo. Tudo dependia em princípio da situação clínica de um familiar, mas por acaso tudo correu bem e assim rumamos mais uma vez a terras de Montalegre.
Por estas bandas ainda se vive e respeita o espírito Pascoelo!
Com a ajuda da Joana e do Pedro lá convencemos a minha "patroa" Alzira a rumar-mos no início da tarde de sexta feira Santa.
Eu queria chegar a tempo de assistir ás cerimónias que se realizavam em Vilar de Perdizes (Auto da Paixão) mas quando lá chegamos já estava quase no final! que pena!...mas ainda deu para ver, e reparar que estavam mais de mil pessoas a assistir ao espectáculo, que já não era ( se não me engano) realizado há dezoito anos!
O dia estava espectacular e deu para apreciar a aldeia e tirar algumas fotos aos cenários e aos meus "melros" Pedro e Joana que anda no fim do tempo de gravidez.
Já muito ao fim da tarde regressamos a Montalegre para jantar e descansar um pouco já que a Joana na situação que está, temos que ter cuidado! para o nosso "herdeiro" não ter problemas!.
Escolhemos o Restaurante "O Pote" para comer um bacalhau já que nesse dia não se pode comer carne. Estava muito bom! todos gostamos.
Era noite quando chegamos à residencial A Cista em Vila da Ponte para descansar de um dia bem vivido.
 Logo pela manhãzinha  do outro dia demos uma visita pela aldeia de Vila da Ponte, visitando a igreja , o rio , as pontes e os moinhos aproveitando para falar com as pessoas, que sempre que passavam davam a salvação e metiam conversa. Três horas bem passadas a visitar a pé esta linda e típica aldeia do concelho de Montalegre.
Entretanto era quase meio dia e estariam a chegar a Ormeche (vindos de Braga) o nosso casal amigo Almeida e Laura  para nos dar guarida no sábado e domingo.
Estava programado levar-mos as "trouxas" a casa deles para depois irmos almoçar como o costume ao restaurante Albufeira em  Lama da Missa, onde para mim e penso que a maioria também concorda, se come a melhor feijoada de Tras os Montes.
Mais uma vez não me enganei, adoramos aquela feijoada! e o pão?..não há igual!...assim como o preço; 35,00€ por todo o serviço, é uma pechincha.

Bem agora as senhoras tinham que ir tratar da carne, assim como o sr Almeida do cabrito, para o almoço de domingo de Pascoa. Já trazíamos um galo para o jantar de sábado e um coelho para ajudar no almoço de domingo.
Cabrito vivo arranjou-se mas era preciso alguém para o matar, só que o sr Joaquim do Correio ainda não tinha chegado e estava na horinha de o preparar para ficar a temperar a noite toda, antes de no outro dia ir para o forno.

Foi um bocado setressante ,mas tudo se arranjou a tempo de preparar as coisas para o outro dia!

Domingo de Páscoa chegou e o bom tempo continuava a manter-se. Como o Compasso só era de tarde, bem cedo fui dar uma volta pelos lameiros de Ormeche, umas fotos, umas conversas com as pessoas que passavam, mas acima de tudo absorver aquela paisagem de montanha que para mim dá-me uma paz, uma alegria interior que só eu entendo, mesmo que eu tente não vos sei explicar o bem que me faz.

Entretanto estava chegando a hora do almoço. A D.Laura com a ajuda da minha "patroa" andavam muito atarefadas na elaboração do repasto pois éramos onze bocas para devorar todas as coisas boas que se estavam preparando. E como o costume tudo estava muito bom.

Pela tardinha recebemos a visita Pascal composto por meia dúzia de pessoas idóneas e cientes do que estão a fazer, com muita calma se confraternizou, acompanhado sempre por um vinho do Porto, e umas coisas doces, antes de rumarem para outra habitação.

Foi mais uma vez uma semana Pascoela bem passada nesta aldeia.

Enquanto o "sistema" implantado na minha freguesia e arredores de andarem (4) Compassos x 10/12 pessoas cada um e das 9/9,30h ás 12h/12h30 a visitarem as cada vez menos casas, e sempre a todo o gás para irem para o almoço, Penso que assim vamos perder de vez esta tão linda tradição cristã. Noutros tempos quase todas as casas abriam as suas portas,o Compasso era uma equipa de homens que andavam todo o dia e tinham a mentalidade de que andavam a fazer este sacrificio e não tinham pensamentos politicos nem vaidades. Era uma festa!...todos na rua e à porta a ver quando chegava o Compasso